
Medida amplia participação de agricultores familiares
Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
      O governo federal atualizará as regras do Selo Biocombustível        Social, de forma a garantir que metade das compras desse produto        tenha como origem a agricultura familiar. Entre as mudanças está a        de nacionalizar a produção, em especial para os estados das        Regiões Norte e Nordeste, incluindo também áreas do semiárido,        como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
      A reestruturação do selo será publicada em decreto        presidencial, após a versão final do texto a ser apresentada ao        presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
      Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o novo texto        traz mais transparência e fortalece os requisitos necessários à        concessão e manutenção do instrumento pelos produtores do        biocombustível, bem como aproveitar a vocação das agriculturas        locais, "melhorando a renda e a qualidade de vida do agricultor        familiar em regiões vulneráveis."
      Entre as medidas de estímulo à produção nacional está a        antecipação da mistura de biodiesel aos combustíveis fósseis para        14% a partir de abril, e 15% entre 2025 e 2026. A expectativa é        chegar a 25%, nos anos subsequentes, informou o ministro de Minas        e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta-feira (10), em evento        no qual apresentou alguns detalhes do decreto.
      Com o aumento para 14% na mistura, o ministério projeta um        crescimento de 3,05 milhões de toneladas no processamento de soja        para a produção de biodiesel, o que refletirá diretamente na        demanda para pequenos agricultores. Também estão previstos        incentivos fiscais a quem produzir biocombustível.
      Além de reestruturar o Selo Biocombustível Social, o decreto        viabilizará investimentos para o agronegócio e setor de        combustíveis brasileiro. "Em 2024 serão 740 milhões, e em 2025, R$        1,6 bilhão", disse o ministro.
      Diversificação
      Também presente no evento, o ministro do Desenvolvimento        Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que entre os        desafios previstos pelo governo, está o de diversificar os        produtos que podem ser usados para a obtenção de biodiesel,        combustível que pode ser derivado de sementes de mamona, bem como        de milho, soja, girassol, cana e babaçu. O leque de opções pode        incluir, por exemplo, a macaúba, palmeira abundante na Região        Nordeste.
      A diretora de Inovação para a Produção Familiar e Transição        Agroecológica do MDA, Vivian Libório de Almeida, disse que o        percentual de compras nas Regiões Norte, Nordeste e no Semiárido        aumentará de forma escalonada até chegar a 20% do total.
      "Atualmente, o programa atende 54 mil famílias por ano. A        expectativa é ampliar para 70 mil famílias, principalmente no        Norte, Nordeste e semiárido", disse.
      Segundo Paulo Teixeira, "o presidente Lula tem, neste tema, uma        de suas predileções". O governo estuda também formas de baratear o        custo da energia utilizada para irrigar as lavouras. "A energia        fotovoltaica pode reduzir o preço da energia. Precisamos pensar em        modicidade tarifária", complementou.
      Aliança
      Presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos        Empreendimentos Solidários e diretor da União Nacional das        Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Antônio        Cardoso, disse que o Selo representa uma aliança entre agricultura        familiar, cooperativas, empreendedores, economia solidária,        governo e indústria nacional.
      "O Selo desconstrói inseguranças jurídicas e redefine o mapa da        indústria, uma vez que representa grande oportunidade de levarmos        agricultura familiar ao Nordeste, ao Norte e ao Semiárido. O         fortalecimento da indústria nacional vai diminui a necessidade de        importação. Nesse contexto, a neoindustrialização        passa pelo entendimento do papel da agricultura familiar,"        explicou.
    
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