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| Brasil deve usar G20 para cobrar transição justa de países ricos (Foto: World Economic Forum / Ciaran McCrickard) | 
Para ministro, presidência do G20 será oportunidade para o Brasil inserir discussões sobre combate à pobreza na agenda de transição energética
Por Nayara Machado - EPBR 
      O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse        nesta terça (16/1) que o Brasil deve usar a presidência do G20        (grupo das 20 maiores economias do mundo) para cobrar dos países        ricos o compromisso de investimentos na transição energética justa        e inclusiva.
      "Acredito que o G20 nos dará a oportunidade de mais de uma vez        alertar, de fazer uma cobrança terna, mas severa, dos países        industrializados e dos países ricos que reiteradamente se        comprometem em investir em transição energética, em investir em        emissão de baixo carbono, mas que esse discurso está muito        distante de se tornar uma realidade", disse Silveira.
      O ministro está em Davos, na Suíça, onde participa do encontro        anual do Fórum Econômico Mundial (WEF).
      Para Silveira, a presidência do G20 será uma oportunidade para        o Brasil inserir discussões sobre combate à pobreza na agenda de        transição energética.
      A defesa é por uma neondustrialização, como forma de aproveitar        os recursos energéticos brasileiros e posicionar o país como        fornecedor de produtos verdes.
      Mas vale dizer: O G20 gastou US$ 1,4 trilhão com apoio a        combustíveis fósseis em 2022 e o planejamento energético        brasileiro segue agarrado aos fósseis, apesar de sua matriz        elétrica predominantemente renovável.
      Crise climática, guerras e disputas comerciais estão mudando a        forma como as grandes empresas planejam seus investimentos. Cada        vez mais, a disponibilidade de energia segura e descarbonizada se        torna decisiva na hora de escolher onde instalar uma indústria. O        Brasil quer aproveitar esse momento.
      "Nossa grande vocação, além de um grande celeiro de alimentos        da humanidade, é ser um grande celeiro de energias limpas. Mas        como fazer com que isso seja justo com brasileiros e brasileiras        que pagaram por esse moderno parque de energia? Reindustrializando        o Brasil", defendeu o ministro.
      "Manufaturando e atraindo investimentos para que a gente possa        manufaturar nossas riquezas como minério, por exemplo, no país,        gerando emprego e renda e combatendo desigualdade", completou.
      Aço verde
      Publicado na semana passada, um relatório do WEF com o        Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) aponta que a combinação        de energia limpa do Brasil, com vastas reservas de minério de        ferro e a capacidade de produção de hidrogênio verde posicionam o        país como um potencial líder global na fabricação de ferro e aço        descarbonizado.
      Os desafios estão nos custos e no acesso ao financiamento. O        estudo estima que o aço verde poderia ser 15% mais caro que o        tradicional e há uma limitada disposição da demanda para pagar um        prêmio pelo produto de baixo carbono.
      Como solução, propõe a busca por coalizões empresariais que        incentivem sinais de demanda mais fortes por aço com baixa emissão        de carbono nos setores automotivo, da construção civil e de        energia.
      Além de maior colaboração na cadeia de valor por meio de        parcerias e clusters industriais, melhoria no acesso a        financiamento, incentivos governamentais e aceleração da indústria        de hidrogênio verde no Brasil. Veja na íntegra (.pdf em inglês)
      Emergência climática permanente
      A ministra Marina Silva disse à CNN, na segunda (15), que está discutindo        com ministérios da Infraestrutura e Cidades um plano para decretar        emergência climática em áreas mais vulneráveis a tragédias como a        do Rio.
      A ideia é fazer mudanças nas licitações de obras para prevenção        de desastres em cerca de mil municípios identificados como        vulneráveis aos eventos climáticos extremos.
      "Estamos fazendo um plano para essas medidas mais estruturantes        para ver a possibilidade de decretar emergência climática nas        regiões que são mais vulneráveis", disse Marina em Davos.
      "Isso requer mudanças inclusive na lei de licitações porque        esses investimentos precisam ser mais acelerados e com        metodologias transparentes, que possam ser acompanhadas pela        sociedade para evitar qualquer desvio de recursos públicos",        explicou.
      Na visão da ministra, as tempestades que estão causando danos        recorrentes em diferentes cidades brasileiras já não são um        fenômeno natural, e sim, resultado da mudança do clima, e ninguém        se preparou para isso.
      "O mundo não se preparou, nem os Executivos, nem o Poder        Legislativo. Não só no Brasil. Mas precisa fazer o mais rápido        possível. Uma hora é seca, uma hora é cheia. Ter uma precipitação        de 200 mm em horas, não há cidade que suporte. Isso é um fenômeno        natural? Não. É mudança do clima".
      Risco de mortalidade
      Relatório do WEF publicado hoje aponta que as inundações        representam o maior risco de mortalidade induzida pelo clima,        estimando 8,5 milhões de mortes até 2050. O cenário considera o        aquecimento do planeta entre 2,5°C e 2,9°C como projetado pelos        cientistas a partir das políticas atuais.
      Emergência no Rio
      O governo federal reconheceu na segunda (15) situação de        emergência na cidade do Rio de Janeiro e em mais três municípios        fluminenses – Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João do Meriti –        atingidos por fortes chuvas neste fim de semana.
      Com a medida, os municípios podem solicitar recursos federais        para ações de apoio à população, como reconstrução de ruas, vias e        casas destruídas pelos temporais.
      Em 24 horas, as tempestades causaram 12 mortes e deixaram 600        pessoas desalojadas, além de inundações, alagamentos, cortes de        árvores, desabamentos e deslizamentos. As informações são da Agência Brasil.
      Obras de prevenção
      De acordo com o Ministério das Cidades, a prioridade nesse        início de ano é avançar com a seleção dos projetos de drenagem e        de contenção de encostas para prevenção de riscos nas cidades        brasileiras.
      "Estamos percebendo que esses eventos climáticos só fazem        crescer a cada ano e precisamos priorizar. Não queremos mais ver        cenas como essas se repetirem no nosso país", afirma o ministro Jader Filho, em alusão ao        caso do Rio.
      O orçamento previsto para a seleção de projetos de drenagem        esse ano do Novo PAC para todo o Brasil é R$ 4,8 bilhões para        Drenagem e R$ 1,6 para Contenção de Encostas. Até 2026 o Novo PAC        disponibilizará ao todo R$ 11,7 bilhões, sendo R$ 8,9 bilhões para        drenagem e R$ 2,8 bilhões para contenção de encostas.
    
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