
Para Janja, empresas donas de redes sociais estão "acima das regras"
O governo federal deve propor um plano de combate à violência        contra as mulheres nas redes sociais. A informação é da        primeira-dama, Janja Lula da Silva, que, nesta terça-feira (19),        participou do programa Conversa com o Presidente, ao lado do        presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
      Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil | Edição:        Aline Leal
      "Eu acho que a gente vai começar a discutir isso de uma forma        mais forte", disse Janja. Na semana passada, o perfil de Janja na        plataforma X (antigo Twitter) foi hackeado e, no ataque, os        invasores publicaram mensagens ofensivas e com xingamentos.
      Para a primeira-dama, é preciso regular a atuação das empresas        proprietárias de redes sociais no Brasil.  "A gente precisa não só        da regularização das redes, mas a gente precisa discutir a        monetização dessas redes sociais, porque hoje não importa se é do        bem ou do mal, eles ganham dinheiro", disse. "As redes sociais        hoje, eu falo, estão acima de qualquer coisa, acima de regras,        acima do famoso mercado, então eles estão flanando", acrescentou.
      Janja afirmou ainda que, ao longo da história, a humanidade        aprendeu a criar regras de convivência na sociedade e com a        internet não pode ser diferente. Segundo ela, o pedido de        suspensão da conta levou uma hora e meia para ser atendido pelo X.
      "Por conta de estar nesse lugar que eu estou, sou uma pessoa        pública, foi tão difícil que o Twitter derrubasse, congelasse, a        minha conta. E eu falo, por uma hora e meia o seu Elon Musk        [proprietário do X] ficou muito mais milionário com aquele ataque.        É essa que é a questão", disse, afirmando que vai processar a        empresa. 
      "Eu não sei nem aonde processá-los, se eu processo no Brasil,        se eu processo nos Estados Unidos, porque processá-los eu vou, de        alguma forma. A gente fez uma pesquisa, tem muitas pessoas        públicas que têm as suas contas invadidas [...] Então, a gente tem        que, de alguma forma, responsabilizar essas plataformas e        regulá-las. O problema não é só do Brasil, o problema é global",        explicou. 
      Misoginia 
      Janja falou ainda sobre o caráter misógino e violento do ataque        e comentou que um dos suspeitos do crime tem 17 anos. 
      "O que aconteceu semana passada é ruim, mas a gente se acostuma        a receber ódio pelas redes. As mulheres se acostumam a receber        ódio pelas redes. Mas o que aconteceu semana passada foi muito        mais invasivo", disse. "Então a gente precisa investigar, não        criminalizar só esse menino e tentar reeducá-lo para viver numa        sociedade com um pouco mais de solidariedade e empatia, mas a        gente precisa também investigar quem são os adultos que estão por        trás desses adolescentes. Porque existem adultos por trás desses        adolescentes fomentando esse ódio nas redes", acrescentou. 
      O presidente Lula também manifestou sua indignação e disse que        as pessoas estão ficando desumanas. "A violência contra meninas é        uma coisa absurda [...], não dá pra gente não tratar isso como uma        coisa criminosa. E tem menina se cortando, tem gente se matando,        tem gente se violentando, então nós vamos ter que fazer uma        regulação séria", disse. Para o presidente, o desafio é fazer uma        regulação sem censurar a liberdade de expressão. 
      "A União Europeia já fez uma regulação, a gente vai ter que        olhar bem o que foi feito, vamos ver o que está acontecendo na        China, nos Estados Unidos, mas é preciso que o mundo tome cuidado        com isso. O mundo já era preconceituoso contra a mulher, o mundo        já era preconceituoso contra o negro, o mundo já era        preconceituoso contra o pobre, agora com a internet virou hiper        preconceituoso, porque as pessoas transformam o seu preconceito        pessoal para milhares de pessoas ou milhões de pessoas", explicou.        
      
    
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