Diversos
representantes de instituições governamentais que atuam como instrumentos para
a ação operacional e de planejamento no setor agrícola em Minas Gerais, no
desenvolvimento e capacitação de produtores rurais mineiros, bem como outros
que atuam na execução de políticas públicas de defesa sanitária animal e
vegetal no estado, na inspeção de produtos de origem animal, certificação de
produtos agropecuários, educação sanitária e no apoio à agroindústria familiar
irão mostrar no TecnoAgro como seguem trabalhando em prol do agro.
O
coordenador-técnico de Tecnologia e Inovação da Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), Péricles Alexandre
Squaris Marques, é um dos inúmeros palestrantes que enriquecerá o TecnoAgro,
realizado nos dias 17 e 18 de julho, em Uberlândia, com a palestra:
“Agricultura de Precisão aplicada - Acesso da Agricultura Familiar, possibilidades
e perspectivas”.
O assunto
visa desmistificar a Agricultura de Precisão (AP) como uma atividade distante
da agricultura familiar, ligada somente ao agronegócio dos grandes produtores e
também do conceito comum de que os investimentos são incompatíveis com pequenos
e médios produtores. A aplicação da tecnologia da agricultura de precisão tem
como objetivo aprimorar a gestão, aumentar produtividade com maior eficiência,
racionalizar o uso e gastos com insumos e mão de obra. A intenção principal de suas
técnicas é garantir a sustentabilidade dos sistemas produtivos, para que o
agricultor tire proveito ambiental, social e econômico do aprimoramento técnico
com a sistematização de dados na geração da informação. A tudo isso, associa-se
também a necessidade da conectividade no campo para melhorar a condição de vida
das pessoas, onde as políticas públicas cada vez mais digitais, possam ser
realmente universalizadas.
De acordo
com Péricles, a agricultura de precisão não se restringe apenas ao uso de
softwares, sensores, técnicas de amostragem de solo em grid e do uso de drones
- ela está por princípio no melhor planejamento e gestão da atividade produtiva
em relação à ocupação da terra/propriedade. “Engloba todas as atividades
relacionadas ao registro e tratamento dos dados na geração da informação para
assertivas tomadas de decisões, com uma maior precisão no resultado. A
aplicação de qualquer sistema que possa coletar dados de uma atividade, que vai
desde um simples caderno de campo até um aplicativo/software de sistema de
gestão também pode ser considerada AP”, explica.
Para
Péricles, a aplicação da alta tecnologia (drones, satélites, RTK-GNSS, Sistemas
de Informação Geográfica, softwares e outros) da agricultura de precisão ainda
passa por um processo básico de capacitação do produtor em geral, não só do
agricultor familiar, pois pode ser contratada. “Daí a razão do maior acesso da
alta tecnologia estar na agricultura empresarial. De forma básica, o
agricultor familiar necessita de um maior entendimento sobre as tecnologias de
geoespacialização de dados e sua aplicação prática. Por exemplo, quase todo
mundo já tem em mãos smartphones com sistemas de geoposicionamento e utiliza
aplicativos sem mesmo entender seu funcionamento. Hoje, agricultores familiares,
em sua grande maioria, também utilizam smartphones dentro das limitações de
conectividade no campo, no sentido de controlar várias tarefas ou acessar
informações necessárias ao manejo de suas atividades produtivas, como por
exemplo informações climáticas”, ressalta.
Para ajudar
os produtores, a Emater-MG tem diversas iniciativas de assistência técnica
digital, que auxiliam e incentivam a mobilização dos produtores para
participação em Planos Diretores municipais, no sentido de levar
reivindicações, como a necessidade de melhorias de conectividade, que podem
trazer benefícios tecnológicos imediatos aos produtores. Dispõe de drones
equipados com sensores multiespectrais para serviços de mapeamento e
diagnóstico, para respectivamente uma melhor ocupação da propriedade e
aplicação racional de insumos. Além disso, dá suporte aos produtores para que
possam regularizar suas propriedades em serviços disponibilizados na Internet,
como Cadastro Ambiental Rural, o Programa de Regularização Ambiental, Outorga
entre outros. Também desenvolve Sistemas de Informação Geográfica, como o
portal do café que disponibiliza o mapeamento da cafeicultura de minas,
propiciando aos produtores e mercado uma visão espacial da cultura no estado.
Utiliza de softwares e aplicativos de gestão e mapeamento na prestação de um
serviço de ATER digital, entre outros.
Regularizar
a produção de cachaça
O Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA) também tem dado sua contribuição, visando à
preservação do meio ambiente e a saúde pública e está focado no desenvolvimento
do agronegócio obedecendo as diretrizes fixadas pelos governos Estadual e
Federal.
No
TecnoAgro, o fiscal agropecuário do IMA, Wagner Dibai, falará sobre o tema
“Cachaça de Alambique de qualidade: condições e exigências para se chegar ao
mercado”. O assunto é oportuno
haja vista que Minas tem aproximadamente cinco mil estabelecimentos produtores
de cachaça, porém apenas 10% têm registro junto ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. “Uma coisa importante a considerarmos que a cachaça é
alimento. Por isso, precisamos levar principalmente a esses produtores o
conhecimento sobre a importância de uma produção de cachaça de qualidade,
atendendo às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Tanto o estabelecimento quanto o produto precisam ser registrados no Ministério
da Agricultura. É através da solicitação desse registro que um fiscal vai ao
estabelecimento, faz a vistoria para ver se o local atende as normas. Uma vez
atendendo as questões tanto estruturais quanto higiênicas estará credenciado
para poder produzir cachaça”, explica.
Wagner Dibai
ressalta que que desde 2019, quando o IMA assumiu a fiscalização de cachaça em
Minas Gerais, houve avanço. “Tivemos um acréscimo de aproximadamente 500% no
número de estabelecimentos registrados. Só na região do Alto Rio Doce havia
três estabelecimentos registrados em 2019. A partir das ações de fiscalizações
e educação sanitária, aliadas à fiscalização, hoje temos 56 estabelecimentos
registrados na região do Alto Rio Doce,- que vai de Barbacena até Viçosa”,
afirma.
A
programação completa pode ser conferida no site: https://eventotecnoagro.com.br/
O evento irá
emitir certificado para estudantes e a inscrição é gratuita.